Tuesday, June 2, 2009

FAN FICTION: Batman: Sob O Domínio Da Face Oculta - Capítulo 12

Danos colaterais

No mesmo instante, Máscara Negra prepara seus melhores homens para juntar o que restou de seu império em ruínas. No edifício que antigamente era a profílica indústria de cosméticos fundada por seu pai, restavam apenas saletas e escritórios abandonados. A Wayne Enterprises, que tinha comprado a empresa anos atrás com o objetivo de ajudar a família Sionis acabou tendo que se desligar logo após o desaparecimento de Roman Sionis, pondo fim a um antes vasto império.

Sem saber que William Border ainda respira, Máscara Negra chama seus homens para lhes dar instruções.

- Aqui neste edifício, há muito tempo eu fui ridicularizado. Agora todos eles sabem das conseqüências de tal ação. Border também. Logo, Batman também saberá. Eu quero que fiquem de tocaia na entrada do prédio. Não vou poder deixar o Narrows, tenho que buscar Circe e o resto de nossos espólios. Vocês, meus melhores, vigiarão este andar, e quando Batman der as caras, mate-o.

Um grupo de dez atiradores mascarados armados até os dentes se forma ao redor da construção. Enquanto isso Batman e William Border se aproximam.

Para poder entrar no prédio sem ser notado, Batman estende seu gancho. Antes de subir, previne Border do perigo iminente.

- O prédio pode estar cheio de atiradores. Acha que dá conta deles?

- Só preciso da minha Magnum, morcego.

- Pense antes de usá-la. Todos são potenciais testemunhas importantes. Qualquer coisa use isto – Batman lhe joga uma cápsula de gás, comumente usado para fugas, distrações e para desaparecer – Se perceber que está em desvantagem, recue. Vou tentar aliviar o máximo que puder indo por dentro do prédio – em seguida o gancho puxa o cavaleiro negro para cima, em direção ao terraço.

Border se prepara para a caçada. Seu coração dispara. Ele caminha pela entrada principal, tomando o devido cuidado para não ser visto, se movendo pelas sombras, como um fantasma. Dois atiradores estão guardando um pequeno beco onde dá acesso à escada de emergência. Border os vê, mas recua. Então, com um salto ele dispara tiros nos mascarados, acertando um deles no ombro. Os bandidos começam a atirar freneticamente suas metralhadoras automáticas, um deles berra "morre!", mas Border leva vantagem por estar envolto na escuridão, e com mais alguns tiros certeiros, acerta em cheio um dos atiradores, matando-o. O que foi atingido no ombro tenta um movimento, mas Border o agarra e aperta o local que a bala o perfurou. Pegando a metralhadora do bandido morto, agarra o outro e o arrasta pelo caminho. Subindo mais três andares, encontra mais um atirador, mas ao menor movimento dele, Border usa o com o ombro ferido como escudo, fazendo o outro hesitar em atirar. O atirador sussurra um "corta essa, tira, nosso chefe já sumiu daqui". Border permanece calado, imóvel, com a arma apontada para o apavorado bandido capturado.

Enquanto isso, nos outros andares, outros capangas ouvem barulhos e agitação e discutem sobre isso. Alguns chegam à conclusão de que deve ser Batman que está tentando passar pelo forte cerco armado, mas o morcego se movimenta na escuridão do décimo quinto andar sem fazer o menor barulho. Quando um dos capangas passa em direção, Batman agarra-o pela boca e o faz dormir, removendo sua arma e algemando-o em um pilar. Em seguida, um dos capangas nota uma rápida sombra se movendo pela escuridão. Assustado, pergunta a seu parceiro se viu alguma coisa, ao que ele responde que não. O primeiro tenta se certificar se sua imaginação o pregou uma peça, mas de repente é agarrado e puxado pelas sombras do que quer que seja. O outro atirador, transtornado com isso e suando frio, dá vários tiros de metralhadora, pensando "ele está aqui, maldito"; súbito, uma mão toca seu ombro, e antes que o atirador possa saber o que o atingiu, Batman lhe aplica uma esquerda tão poderosa que o põe pra dormir, se certificando de algemá-lo e de remover sua metralhadora.

Com quatro homens fora de ação, os dois justiceiros prosseguem.

No andar de baixo, Border permanece imóvel, encarando o atirador que tem a arma apontada para ele e o bandido que Border acertou no ombro. O atirador tenta negociar com Border.

- Cara, porque tudo isso? Você tá morto, já era, tem mais sete caras lá em cima e eles vão foder tua carcaça, tira! Então porque não solta ele e desiste?

Border não diz uma palavra. Olhar compenetrado, cheio de ódio, fixo em seu inimigo. Sem mover um músculo, ele aguarda a decisão do atirador: matar, morrer ou fugir. Cansado de esperar, ameaça matar sua presa. O atirador então dispara acidentalmente um tiro que acaba matando o bandido de ombro ferido. Border, num rápido movimento, atira o morto em direção ao atirador com violência e numa rápida seqüência, acerta o cano do revolver em sua cabeça, pondo-o fora de ação, e com sete tiros de metralhadora, mata o meliante. Quando Border põe a mão em si mesmo, percebe que uma bala o perfurou no ombro esquerdo. Ainda estava vivo, mas até quando? Sem se importar com isso prossegue, ofegante e sentindo dor, em sua caçada, algemando o atirador que acabou de derrotar e subindo mais alguns andares.

Passada meia-hora a mais, Border começa a sentir outra dor, a do veneno. As alucinações voltam. A imagem de sua filha dizendo "papai me matou" fazem o sangue do tira subir a cabeça. Ele sabe que se trata de um golpe psicológico tramado e tenta ignorar sua própria mente. Vozes ecoam em sua cabeça, Border com muito esforço consegue aplicar outra dose do soro a tempo, fazendo esses efeitos desaparecerem por enquanto. Ele se pergunta até quando esse pesadelo duraria. Ignorando seu próprio martírio, prossegue.

Enquanto sobe mais alguns lances de escadas, William pode escutar lá de cima a agitação dos bandidos. Estas vozes, ele tinha certeza que não vinham de suas alucinações. Sua honra ainda não permite admitir, mas Batman estava dando o inferno para os seguidores daquele que ele considera seu maior inimigo. Isso não cura suas feridas, mas o faz se sentir consideravelmente melhor. Em sua mente, só pensa em agarrar Máscara Negra e dar-lhe algo para se lembrar para o resto de sua vida.

Faltavam apenas cinco atiradores. Batman desce mais três andares e rapidamente volta a se esconder nas sombras. De onde está, encontra mais dois homens, desesperados para saber de onde vem os gritos de horror que escutam por todos os lados. Um dos bandidos anda com os punhos trêmulos, segurando a automática, suando frio, com os nervos a flor da pele. De repente escuta um barulho a sua esquerda e começa a atirar como um louco. Após alguns tiros, ele checa um dos cantos do andar onde está. Com respiração ofegante, tenta tirar uma caixa de madeira do lugar para poder ver o que foi o tal barulho. O outro atirador vem checar se está tudo bem.

- O que houve?

- Ele está aqui, cara! Ele está aqui!

- O que? Ele quem?

- O maldito morcego está aqui…

- Ah, corta essa cara. Quer saber? Se esse morcego fosse tão esperto quanto dizem, já teria aparecido aqui e me enfrentado face a face.

No que o bandido se vira para o outro lado, encontra dois olhos brancos como os de um fantasma, e no mesmo instante é puxado e posto fora de ação.

O outro bandido reage com pavor e fúria, berrando um "desgraçado" e atirando sem parar, para todos os lados. Batman subitamente lhe vira um golpe na cabeça e arranca sua arma, mas o bandido ainda não está fora de ação. Ele tenta ameaçar Batman com uma faca, mas Batman é mais rápido e se esquiva fácil do malfeitor. Quando os dois chegam perto de uma janela, Batman se esquiva e o bandido tropeça e quase cai do andar, não fosse Batman tê-lo segurado. Então ele é algemado e posto fora de ação.

Um dos três atiradores restantes tenta contactar os outros pelo walkie-talkie, mas percebendo que não há resposta alguma, se vira para os seus companheiros, preocupado.

- Ah, que se dane! Esse morcego vai acabar com a nossa raça também se a gente não sair logo daqui.

- Eu não entendo como ele se move tão rápido esse cara não é humano! – reclama o outro atirador.

- Pois eu é que não vou ficar aqui pra descobrir – retruca o primeiro.

- Você tem razão, vamos dar o fora! – completa o terceiro – não quero morrer nas mãos dessa criatura bizarra.

Nisso, o terceiro atirador tem uma surpresa. Border já estava de tocaia esperando o momento certo de agir. Apesar da dor, ainda conseguia levantar a metralhadora, e num tiro certeiro, acerta a perna do terceiro atirador. Quando este vê Border se aproximando, não consegue acreditar em seus olhos. Os outros dois começam agora a entender porque havia tanto barulho nos andares de baixo. Era Border, ainda vivo! Num movimento rápido, o segundo atirador tenta voltar para socorrer seu companheiro, mas é detido pelo primeiro.

- Esquece cara, ele já está morto, vamos sair daqui.

Border não consegue se conter em puxar o gatilho e terminar o serviço, sem nem mesmo preocupar-se em perguntar sobre Máscara Negra. Como um frio e desesperado assassino, Border pressiona o gatilho, e iria estourar os miolos do bandido, não fosse a interferência de Batman, que estava logo atrás. Em um movimento rápido, levantando o cano da arma com uma das mãos, Batman impede o impiedoso e ensandecido detetive de tirar mais uma vida.

- Pare! Isso não vai levar a lugar nenhum! Eu vi seu rastro de sangue lá embaixo. O que pensa que está fazendo?

- O que eu nasci pra fazer, morcego. Dar porrada em bandido!

- Eu disse que todos eles poderiam ser potenciais testemunhas, não disse? Você acaba de matar três que poderiam estar testemunhando contra Roman Sionis. Pelo amor de Deus, William, pense, raciocine!

- E que diferença isso vai fazer? Eles tiveram sua chance! – responde Border, enfurecido.

- E você também não teve outra chance? Gordon poderia tê-lo afastado permanentemente da unidade de crimes e homicídios do departamento, mas o deixou lá. Todos merecem uma segunda chance.

O bandido, apavorado, observa o diálogo dos dois, sem dizer uma palavra. Por fim…

- Esperem…

Com os nervos à flor da pele e vendo que não há saída, o meliante se oferece para testemunhar em troca de reduzirem sua pena. Border se altera com essa proposta, mas Batman intervém. Era só um jovem que, no meio de uma cidade tomada pela violência acreditara na palavra de um louco que o recrutou. Batman tenta negociar com o rapaz.

- Vamos precisar de uma confissão sua por escrito, consegue fazer isso?

- A-Acho que sim.

Batman ordena que aguarde naquele mesmo andar que a polícia logo estará lá, e também garante que sua confissão poderá lhe render de dois a três anos e a chance de um novo começo. Mas o adverte que se o pegar nessa vida novamente, não medirá esforços para dar-lhe o que merece. Os outros dois bandidos haviam escapado pela janela com uma corda e voltado para o esconderijo no Narrows.

- Terminamos por aqui. Vamos embora, temos assuntos para finalizar.

- Não acha que ele pode tentar alguma maluquice, morcego?

- Não se for esperto. Somos as únicas coisas entre ele e um caixão. Agora vamos sub…

- Espera, olha…

Batman e William começam a notar estranhas atitudes de pavor, como se o bandido estivesse diante de duas criaturas terríveis. O bandido não parava de repetir "não, por favor, não me machuquem… me… me deixem em paz". Batman sabe o que isso significa: "Crane ainda está por aqui", raciocina o homem-morcego.
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