Monday, April 30, 2018

FILME: Suicide Squad: Hell to Pay

7 / 10
A equipe de vilões da DC, o Esquadrão Suicida, ganha sua estreia no universo compartilhado animado atual que a DC está construindo, porém, apesar de ter uma boa formação de equipe, a execução do roteiro se mostra fraca.

Confira minha opinião!

Título brasileiro: Esquadrão Suicida: Acerto de Contas
Direção: Sam Liu
Elenco de vozes original: Christian Slater, Vanessa Williams, Billy Brown, Kristin Bauer van Straten, Gideon Emery, Liam McIntyre, Tara Strong, David Boat, Trevor Devall, Dave Fennoy, Greg Grunberg, C. Thomas Howell, Cissy Jones, Natalie Lander, Matthew Mercer, Julie Nathanson, Jim Pirri, Dania Ramirez, James Urbaniak


Pronto, agora que a ânsia de aguardar os Vingadores acabou, eu posso voltar a falar da DC no meu blog com mais calma e foco. O novo filme do DCUAOM saiu já faz um mês e eu ainda estou devendo meus comentários, então desculpem. Tem sido um tempo bem turbulento pra mim, como muitos sabem, mas eu venho tentando manter as coisas de pé no blog na medida do possível. E vou continuar mantendo, porque eu não entrego o jogo fácil.

Eu sempre acompanhei o universo animado da DC desde lá do seu comecinho. Isso engloba tanto os filmes soltos, quanto os conectados, obviamente. Sim, a DC mantém um universo compartilhado nas animações desde a belíssima animação Justice League: The Flashpoint Paradox, de 2013, que eu gosto de chamar de "continuidade Novos 52", porque é a cara dela, se comparada com as HQs. Acesse aí do lado o meu especial sobre o DCUAOM que você vai saber direitinho quais os filmes animados estão e quais não estão nesta continuidade.

Enfim, para a nova empreitada desta continuidade, a DC resolveu fazer um novo filme do Esquadrão Suicida, sendo que o filme que fizeram em 2014, chamado Batman: Assault on Arkham está em continuidade com a série multimídia Batman: Arkham. Porém, se for para comparar, eu acho o filme da série baseada nos videogames muito melhor. Suicide Squad: Hell to Pay é bacana, mas peca em vários aspectos. Diverte, e de certa forma até mantém aquela aura da qualidade que a DC imprime em suas animações, mas poderia ter sido bem melhor.

A trama é a seguinte: Algum tempo após a vitória da Liga da Justiça na animação Justice League: Throne of Atlantis, Amanda Waller vê a oportunidade de reunir sua Força Tarefa X, com o Pistoleiro, Vertigem, Arraia Negra, e o casal Pierrô e Colombina, para caçarem o vilão Tobias Whale e recuperar um flash drive com informações importantes. A missão é cumprida, mas há baixas, e Amanda surta e explode as cabeças de sua equipe, sobrando apenas o Pistoleiro.

Algum tempo depois, Amanda descobre que tem uma doença terminal. Isso a leva a reunir o Esquadrão novamente, com o Pistoleiro, Arlequina, Tigre de Bronze, Capitão Bumerangue, Nevasca e Copperhead. A missão deles é achar um tal de Steel Maxum e recuperar um cartão com a inscrição "get out of Hell free". O problema é que Vandal Savage, o imortal, também reúne um time de vilões, constituindo de sua filha lésbica Scandal Savage e sua namoradinha Nocaute, Silver Banshee, Blockbuster, e o Flash Reverso, mais conhecido como Professor Zoom, que vão dar um trabalho danado para a equipe de Waller. Isso, além de quererem acertar contas sequestrando o vilão Professor Porco, só pra depois desperdiçarem o vilão em uma reviravolta sanguinolenta.

Bom, pela primeira vez eu sou obrigado aqui a reconhecer que um filme animado da DC ficou abaixo de um filme do MCU. Sim, o novo filme dos Vingadores é melhor do que este aqui. Não que este seja ruim, mas tem coisas bem incômodas nele. Pra começar, tem o excesso de situações de cunho praticamente pornográfico. Por exemplo, no começo, na cena do trem, tem os capangas do Tobias Whale e as dançarinas de pole dancing; eu pensei que iria ficar por aí, mas piora. O tal do Steel Maxum, a equipe vai encontrar em um clube feminino de strippers, e o cara é um dos strippers. Perde-se muito tempo com isso, e a história se arrasta. Alan Burnett talvez quis manter o caráter adulto do universo animado da DC, mas exagerou na dose, no sentido que essas situações chegam a ser embaraçosas.

E não me levem a mal, eu não sou contra conteúdo mais adulto, mas as coisas aqui caminham de uma forma tão sem noção e sem propósito, que chegam a se tornarem um clichê chato, uma insistência irritante por parte do roteiro para enfiar na narrativa esses "eye-candy" para nós, a audiência. Outra cena é a da Nocaute, saindo peladona da piscina em seu resort. Eles até fazem ela fazer um nu frontal, mostrando praticamente tudo, e com direito a amassos na sua namoradinha, a filha do Vandal Savage. Novamente, não é questão de ser algo voltado para o público adulto, é questão de ser algo totalmente sem propósito! Parece que a coisa tenta ser sexy simplesmente porque quer, não porque tenha alguma serventia para a trama da história. Eu achava melhor a DC começar a dosar essas coisas aí em suas animações, porque senão vão cair no ridículo, já foram criticados em outras animações por causa dessas coisas, ou seja, o sinal é claro de que a situação está se tornando demais, saindo do controle e dos níveis do aceitável.

Teve também um momento em que a história se arrastou mais do que deveria. Quando o Esquadrão rapta o stripper, eles começam a perguntar coisas pra ele, e descobrem que ele já foi um Senhor Destino. Aí ele conta como se tornou e como deixou de ser o herói. Porém, ao invés do roteiro simplesmente encurtar a coisa e dizer "olha, pegamos o cartão com ele, mas o cara é um inútil", e fim de papo, não, eles fazem o cara sentar, contar toda a historinha chata dele, e no fim das contas, tudo isso se mostrou uma bela perda de tempo! Foi terrível! Foi forçado! Não ficou bom, nem foi engraçado, nada disso. Foi é uma bela forçação de barra que não serviu pra merda nenhuma.

E o que falar do retorno do Flash Reverso? Trata-se da coisa mais forçada que eu já vi em um filme de herói! Mas como é filme de HQ, a gente releva essa forçação, afinal de contas, personagens de quadrinhos morrem e voltam à vida como se todos eles tivessem as esferas do dragão, então esse lance do Flash Reverso no filme acaba sendo nada demais! Para quem acompanha desde o filme de 2013, aqui o Flash Reverso finalmente fecha o círculo narrativo que ele começou em The Flashpoint Paradox. Tem até a referência do Batman alternativo ter atirado nele naquele filme.

Enfim, este filme tem também seus altos, e é por isso que eu disse que não é ruim, apesar desses tropeços. A trama é bem trabalhada, e o filme tem não só bastante ação, mas também sanguinária! É um dos filmes atuais da DC que mais derrama sangue por fotograma! O Tigre de Bronze eu gostei bastante, ficou muito bem representado aqui no filme. A Arlequina continua sendo a Arlequina, Copperhead está assustador, e mais uma vez, eu me dou conta de que não importa quais membros do esquadrão entram e saem da equipe, no final, tudo parece girar em volta do Pistoleiro.

Duas coisas são bem representativas disso, as sequências em que a equipe troca lideranças entre ele e o Tigre de Bronze, e o final do filme, onde vemos mais uma vez o Pistoleiro se encontrando com sua filha. São arcos dramáticos bem conduzidos, é bacana quando o roteiro pára e dá atenção a essa construção de personagens. O clímax é intenso, e o final do filme é muito bom, talvez o filme se segure nestas duas coisas.

No fim das contas, é um filme que eu recomendo somente para o pessoal que já é fã da DC e conhece este universo e estes personagens. Vamos ver o que estes desdobramentos, como a doença terminal de Waller, acarretarão nos futuros filmes. Se você é fã novo da DC e quer conhecer o Esquadrão Suicida, minha recomendação máxima de filme ainda continua sendo Batman: Assault on Arkham, o filme que se passa na continuidade dos games da série Arkham. E se querem uma opinião pessoal minha, acho que já está na hora da DC começar a pensar em dar um fim nessa continuidade dos Novos 52 nas animações, e se focar em outros projetos. Enfim, assistam e tirem suas conclusões.

Suicide Squad: Hell to Pay (2018)
Produção: Alan Burnett, Sam Liu, Sam Register, James Tucker, Amy McKenna, Hyunjung Kim
Roteiro: Alan Burnett (baseado em personagens e histórias criados por John Ostrander, Len Wein, John Byrne, Denny O'Neil, Bob Haney, Gerry Conway, Lew Schwartz, Paul Dini, Bruce Timm, Gerry Conway, Al Milgrom, Grant Morrison, Frank Quitely, Andy Kubert, Steve Ditko, John Broome, Leo Duranona, Michael Green, Carmine Infantino, Robert Kanigher, Bob Brown, Ross Andru, Jim Berry, Nick Cardy, Mike Johnson, Karl Kesel, Tom Grummett, Tony Isabella, David Vern Reed, Trevor Von Eeden, Mahmud A. Asrar, Bill Finger e Bob Kane)
Trilha sonora: Robert J. Kral

Para outros títulos da linha DCUAOM, confira:

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