Wednesday, April 13, 2016

HQ: Batman #11 (Batman nº 11)

Nota: 8,5 / 10

Bom, foi uma boa jornada. É aqui que chegamos ao fim do arco da Corte das Corujas. E foi aqui que eu parei de acompanhar as bat-HQs da linha dos Novos 52 e só resolvi voltar a ver algumas histórias desta linha após um bom tempo.

Em meio a um bom final, de uma história a qual eu sinceramente não esperava nada, creio que posso falar que o saldo geral foi bastante positivo. Embora eu tenha achado a animação da linha DCUAOM, que traz a Corte das Corujas para a tela, bem mais bacana e interessante do que esta versão da HQ, ainda houve ideias muito legais que foram trabalhadas aqui neste arco.

Portanto, vamos ver como acaba. Novamente aviso para os spoilers. Na edição anterior, homem-morcego encontra homem-coruja no embate definitivo da história.

A edição brasileira veio alardeando na capa, nas letras mais graúdas possíveis: "a inacreditável conclusão da Noite das Corujas".

Apenas vou fazer duas correções, e isso pode ser constatado pela própria capa da edição americana: primeiro, como eu disse na resenha da edição 10, a "Noite das Corujas", o evento de crossover das bat-HQs, foi limitado entre as edições 8 e 9 da revista, com a última sendo o grande ápice do evento.

Segundo que, apesar das edições 10 e 11 constarem no encadernado Noite das Corujas, esta e a conclusão geral de toda a saga da Corte, desde lá da edição 1, e isso pode ser constatado pela capa original que alardeia, adaptado para o português: "o épico final da Corte das Corujas".

Mas enfim, detalhes a parte, vamos ver as duas partes finais desta história.

MY BROTHER'S KEEPER
(O Guardião de Meu Irmão)

A primeira história da revista já abre a primeira página com uma splash page, mostrando Batman e seu irmão, Thomas Wayne Jr, antes conhecido por Lincoln March, já trocando socos. Enquanto o morcego e a coruja se bicam, Wayne Jr conta como acabou descobrindo que era irmão de Bruce. Ele cita os embates clássicos mitológicos, como Rômulo e Remo, fazendo com que o embate tenha essa casca de proporção épica, embora na história, o oponente de Batman não faça mais nada além de promover uma turnê pela cidade para Batman, que se encontra preso nas garras da coruja.

Wayne Jr chama Bruce de egoísta e culpa o irmão por tê-lo abandonado, dizendo que aprendeu a odiá-lo cada vez que não se dava contra de que o pequeno estava no abrigo. O embate é basicamente aéreo, e não tem muitas surpresas. Além disso, a história insiste nessa rixa de irmãos que eu achei bastante clichê, e até falei sobre isso na edição passada. Fora isso tudo, o embate até que é divertido sim, Wayne Jr é um tremendo cara sarcástico, e implacável em seu ódio pelo irmão. Ou seja, ele só não é mais chato e mimizento do que o Damian, por causa do sarcasmo, não fosse por isso, iria ser outro personagem chorão para mim.

Wayne Jr faz de tudo; reclama, joga Batman contra prédios espelhados, reclama, arremessa o morcego contra sinos de torres altas, reclama, coloca Bruce contra a turbina de um avião... ah, sim, eu já mencionei que ele reclama? Muito, mesmo? Não, né... pois é, ele reclama pra caramba. O cara é realmente a síntese de chorão e sanguinário.

Batman tenta umas reações, mas o cara foi treinado pela Corte, e sabe muito bem se defender. O morcego então não vê outra alternativa, e tenta um salto de fé. Enquanto ele cai, vai refletindo sobre tudo, e finalmente despenca sobre o prédio em construção que foi o marco inicial da iniciativa de Bruce para a nova Gotham, lá do começo da história. Vem de novo o corujão para dar um fim à bagunça toda, mas não contava com a astúcia do morcego, que planta, discretamente, um explosivo nas costas do irmão, enquanto ele reclamava mais um pouco. Ouch! Falando em jogo sujo! Mas também, não havia outra maneira de acabar com o cara. Pois é, o Batman aproveita o ensejo todo aqui nesta saga para matar, uma vez que os membros da Corte são como zumbis que voltam cada vez que se tenta derrubar uma praga daquelas.

O prédio desaba por inteiro com a explosão, mas a narração em off nos clarifica que a perícia não encontrou corpos e nem vítimas, deixando aí em aberto para o corujão voltar, em algum futuro desses, para azucrinar o morcego e sua bat-família de novo.

De volta à mansão Wayne, Bruce termina essa história apenas com dois membros quebrados, e ele e Dick conversam sobre a investigação que Bruce ainda conduz sobre a Corte. Ele nos clarifica que ainda estão aí fora, mas que é uma organização gigante, e que levará tempo para revelar tudo que eles plantaram na cidade. Bruce também explica a Dick que houve, de fato, outro Wayne, irmão de Bruce, mas que ele apenas viveu por uma noite e morreu logo em seguida, o que "meio que" elimina a possibilidade de Lincoln March ser irmão de Bruce, mas não totalmente. Sobre isso, a narrativa nos deixa a dúvida. O que não deixa nenhuma dúvida, é o compromisso final do morcego de ficar vigilante para qualquer futuro ataque que a Corte das Corujas possa voltar a promover na cidade.


E é isso, o fim da narrativa. De uma forma muito legal e elegante, Scott Snyder fecha todas as pontas soltas que ainda haviam e termina este arco da Corte das Corujas com um bom fechamento. Claro que teve seus prolemas, mas o saldo geral é muito positivo, a narrativa é uma das mais instigantes e uma das melhores histórias modernas que o Batman ganhou, e eu fiquei imensamente satisfeito de tê-la acompanhado.

Para aqueles que não compraram edição a edição da HQ como eu fiz, existe a alternativa do encadernado, que já está a venda nas lojas. Ele possui não somente as histórias da revista principal do Batman, mas também todas as histórias que fizeram parte  do ápice da Noite das Corujas, envolvendo todas as edições 9 de cada revista-satélite do Batman e Batman Anual. Eu tive a chance de ler alguns números, e vale a pena, talvez eu fale sobre elas no futuro, mas por hora, já estou satisfeito de ter compartilhado estes pensamentos com vocês. Vamos então checar a parte conclusiva da história extra que está sendo publicada desde Batman #9 e fechar a conta.

THE FALL OF THE HOUSE OF WAYNE: CONCLUSION
(A Queda da Casa de Wayne: Conclusão)

A ultima parte desta história curta, mostra o fim da carta de Jarvis a seu filho Alfred, dizendo o quanto foi difícil o pós-acidente da parte anterior, acidente que ceifou a vida do irmão que Bruce nunca teve. Jarvis descreve que Martha, ferida e descontente com tudo, e seu filho Bruce nunca mais foram os mesmos após o ocorrido. Vemos, nas páginas iniciais um casarão em chamas, que parece ser o da escola que Martha estava abrindo. Com a morte do irmão de Bruce, os Wayne plantam um salgueiro no Cemitério Wayne, para ajudar a aliviarem a dor da perda, o que se provou inútil.

Tempo depois, Jarvis atende o telefone e recebe mais uma ameaça da Corte. Ele levanta a voz contra o sujeito por trás da linha, e grita para ficarem longe de seu filho Alfred. Chega-se então ao fim da carta, onde Jarvis enfatiza que não deseja que seu filho venha para Gotham e se envolva com os Wayne, não importa o quão tentador isso possa parecer, e volta a dizer que a cidade é amaldiçoada. As ilustrações nos deixam claro o triste destino do pai de Alfred, nas mãos de um Talon.

Corta para o presente, após os acontecimentos da história anterior, e vemos Bruce e Alfred em frente ao túmulo de Jarvis. Alfred relata que já não se importa mais em saber a verdade. Bruce, em suas investigações, havia encontrado o nome de Jarvis na lista da Corte.

Eles caminham para o túmulo dos Wayne e Alfred revela que já se sente satisfeito com as ações do Batman das últimas semanas que pararam a ação da Corte das Corujas na cidade, não quer descobrir mais coisa alguma, e prefere deixar o passado no passado. Os dois caminham para fora do cemitério, com Alfred concluindo que estes fantasmas de suas famílias merecem descansar agora, sem serem perturbados, enquanto que uma coruja sobrevoa o horizonte e a história conclui.

Nada muito especial. Boa conclusão, apenas isso. O esperado. Particularmente, eu gostei de como remendaram esse clichê do irmão, deixando em aberto a possibilidade de Lincoln March ter ou não ter o sangue dos Wayne. É como Alfred disse na conclusão da história: no fim das contas, sobrevivendo ou não, Bruce já havia perdido seu irmão no exato momento do acidente de carro, sem chance de recuperação. Final justo. Sigamos adiante.

---

Pois bem, este foi mesmo o final para esta saga da Corte. Saga muito boa, cheia de boas surpresas, uma coisinha ou outra meio torta, mas no fim das contas, uma leitura ótima e bastante recomendada. Gostei muito da mitologia por detrás da Corte das Corujas; inclusive, devemos levar em conta que essa organização nunca apareceu nas histórias do Batman porque este não é o Batman das HQs tradicionais, antes dos Novos 52, mas sim o Batman da Terra 2. Eu fico me perguntando, toda vez que vejo esta linha da DC, se o pessoal de lá ainda pretende explorar outras Terras do Multiverso. Mas enfim, este é um questionamento para outra ocasião. No futuro, ainda pretendo falar de mais histórias referentes ao bat-universo dos Novos 52, mas por agora, encerro por aqui.

Batman #11 (Setembro/2012)
Linha: Os Novos 52
Títulos desta edição: My Brother's Keeper / The Fall of the House of Wayne: Conclusion
Títulos em português BR: O Guardião de Meu Irmão / A Queda da Casa de Wayne: Conclusão)

Arcos anteriores:
- Batman #10 (Batman nº 10) (Agosto/2012)
Night of the Owls (Noite das Corujas) (Junho/2012 a Julho/2012)
The Court of Owls (A Corte das Corujas) (Novembro/2011 a Maio/2012)

Editora: DC Comics
Formato: Revista mensal
Roteiros: Scott Snyder / James Tynion IV
Desenhistas: Greg Cappulo / Rafael Albuquerque
Coloristas: FCO Plascencia / Dave McCaig
Letrista: Richard Starkings, Jimmy Betancourt / Dezi Sienty
Editores: Mike Marts, Katie Kubert

No comments:

Post a Comment