Monday, November 9, 2015

NO CINEMA: 007: Spectre (007 Contra Spectre)

"Uau, finalmente eu senti como se estivesse vendo um filme do James Bond outra vez!" Foi esse pensamento que ficou comigo após a sessão de Spectre, o novo filme do espião britânico. E como pensar o contrário? Desde o reboot que começaram na franquia após Daniel Craig substituir Pierce Brosnan no papel, eu não tinha essa sensação. Havia elementos sim, nos filmes anteriores com Craig, mas faltava sempre algo. Aqui em Spectre, todos os elementos retornam! Temos a introdução do gun barrel em que Bond dá um tiro na tela com a famosa música, temos a apresentação cheia de ação, temos a bela música inicial com a estonteante introdução visual, desta vez com o cantor Sam Smith, temos o briefing do detetive com M na sala de porta acolchoada, temos Q instruindo o detetive dos apetrechos que usará na aventura, temos a introdução "Bond, James Bond", temos o martini batido, não mexido (ou quase isso), temos o vilão badass, temos transas do espião com mais de uma mulher, enfim, temos tudo! Aqui, o espião volta a ser ele mesmo!

E que bom que seja assim, porque há muito eu estava sentindo falta destes elementos todos juntos e reunidos em um só filme! Eu adorei o novo filme! Me senti fantástico saindo da sala após o filme ter terminado. Tem gente que ainda reclama que Casino Royale foi um filme melhor em termos de história, mas embora possa até ser, e isso é bem debatível, porque eu pessoalmente havia achado Skyfall muito mais bacana, Spectre pra mim é o filme com Craig que vai ficar por mais tempo na minha memória por causa de tudo o que eu apontei lá em cima.

O longa inicia com a introdução gunbarrel clássica e eu já me animo todo falando "cara, senti muita falta dessa introdução!", e vemos Bond em uma missão no México, no meio do Dia de Los Muertos, enquanto perseguia um capanga. A sequência de ação termina e o novo M (quem viu Skyfall lembra o que aconteceu com a personagem de Judy Dench) dá uma bronca em Bond por ter explodido uma construção inteira por lá. Enfim, o espião está chegando perto de descobrir quem é o grande cabeça por trás de toda a operação que esteve investigando desde Casino Royale, conhece um tal agente C no processo (Andrew Scott, o James Moriarty de Sherlock) e dá de cara com o chefão da organização conhecida como Spectre, que não aparecia mais na série desde o filme de 1971, Diamonds Are Forever (007: Os Diamantes São Eternos). E é aqui que temos o retorno de um vilão clássico da série, Ernst Blofeld, interpretado neste novo filme pelo fantástico Christoph Waltz.

Também Bond tem a chance de afogar o ganso com as beldades Lucia (Monica Bellucci) e a Bond-girl principal da vez, Madeleine Swann, interpretada pela belíssima Léa Seydoux, que oferece resistência de início, mas no fim, não consegue resistir ao charme do espião. Destaque para a cena do trem, onde o casal é quase apagado pelo brutamontes Hinx, que é uma espécie de Jaws, dos filmes com Roger Moore, só que ao invés de dentes de metal, ele possui unhas afiadas de metal, e logo após uma briga feia, o que os dois resolvem fazer? Exatamente, você acertou!!

Este Bond também está mais engraçadinho, com cenas como Bond cair de uma altura tremenda e aterrissar bem em cima de um sofá, só pra sentirem o gostinho das gags visuais. Uma das mais engraçadas é Bond no seu carro, tentando fazer as engenhocas do Q funcionar. A engenhoca com disparadores de foguetes está sem munição, a outra só toca música ambiente; até que o espião acha uma geringonça lá que funciona. É hilário ver o filme brincando com essas referências das gadgets clássicas da série de uma maneira muito bem humorada. Tem também uma perseguição de carros eletrizante onde Bond e seus perseguidores descem escadas com os veículos! Forçação de barra, eu sei, mas é muito legal, e francamente, não seria um retorno de Bond à sua forma clássica se não tivesse esses absurdos.

Outro destaque na sequência de ação inicial, que referencia uma das cenas mais legais da série, me lembrou GoldenEye, quando o Bond de Brosnan tentava levantar o avião no início após ter pulado de um penhasco. Foi muito bacana, mas aqui Bond está de helicóptero. Aliás, a briga no helicóptero é bem bacana, acontece toda fora do veículo, praticamente.

A música "Writing's on the Wall" de Sam Smith é mais um grande tema de James Bond bem feito, lembrando temas como aqueles da época de Sean Connery, a fotografia do filme é belíssima, as localidades em que Bond passa, como Itália, México, Marrocos, tudo muito bem filmado, as beldades do filme, estonteantes, a direção de Sam Mendes, que dirigiu Skyfall, novamente ótima, enfim, me senti de volta em casa novamente! Realmente você se sente vendo uma típica aventura de 007, com todas as referências clássicas e uma história bacana, com um bom desenvolvimento e um clímax ótimo!

Mas é lógico que ainda temos as novas características da franquia, como o tom mais cru, a expressão carrancuda de Craig, e o grato e ótimo recurso que a franquia tem empregado de interligar todos os filmes em uma só história. Há uma cena, por exemplo que vemos Bond se encontrando com o Mr. White de Casino Royale e Quantum of Solace, e há outra em que se vê os retratos de Le Chiffre, White, a M de Judy Dench, enfim, uma variedade de referências dos outros filmes com Craig. Eu pessoalmente gosto de encarar este reinício com Craig como realmente um reinício, uma nova série de filmes, diferente daquela antiga que foi de Connery a Brosnan.

Mas como eles ainda contam os filmes de Bond de Craig aqui como parte da série como um todo, eu digo que mal posso esperar para o próximo filme, Bond 25! Caramba, já são 24 filmes! Isso sim é que é longevidade! Tem gente que acha que já deveria ter acabado. Mas eu não me importo com isso! Enquanto eles continuarem a fazer estes filmes de James Bond, podem ter certeza que estarei de ingresso comprado na bilheteria e sempre ansioso pelo próximo! Eu recomendo Spectre, uma ótima diversão, e desde já, aguardo por notícias do próximo filme da série.

007: Spectre (2015)
Título em português BR: 007 Contra Spectre
Nota: 8,5 / 10

Direção: Sam Mendes
Produção: Deborah Forte, Neal H. Moritz, Greg Baxter
Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade, Jez Butterworth (inspirado em personagem dos livros escritos por Ian Fleming)
Trilha sonora: Thomas Newman (baseada em tema escrito por Monty Norman)
Música tema: "Writing's on the Wall", de Sam Smith

Estrelando: Daniel Craig, Monica Bellucci, Christoph Waltz, Ben Whishaw, Andrew Scott, Léa Seydoux, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Dave Bautista, Rory Kinnear, Jesper Christensen, Alessandro Cremona, Stephanie Sigman, Judi Dench

Outros filmes desta cinessérie:
Daniel Craig:
Spectre (007 Contra Spectre) (2015)
- Skyfall (007: Operação Skyfall) (2012)
- Quantum of Solace (007: Quantum of Solace) (2008)
- Casino Royale (007: Cassino Royale) (2006)

Pierce Brosnan:
- Die Another Day (007: Um Novo Dia Para Morrer) (2002)
- The World Is Not Enough (007: O Mundo Não é o Bastante) (1999)
- Tomorrow Never Dies (007: O Amanhã Nunca Morre) (1997)
- GoldenEye (007 Contra GoldenEye) (1995)

Timothy Dalton:
- License To Kill (007: Permissão Para Matar) (1989)
- The Living Daylights (007: Marcado Para a Morte) (1987)

Roger Moore:
- A View to a Kill (007: Na Mira dos Assassinos) (1985)
- Octopussy (007 Contra Octopussy) (1983)
- For Your Eyes Only (007: Somente Para Seus Olhos) (1981)
- Moonraker (007 Contra o Foguete da Morte) (1979)
- The Spy Who Loved Me (007: O Espião Que Me Amava) (1977)
- The Man with the Golden Gun (007 Contra o Homem Com a Pistola de Ouro) (1974)
- Live and Let Die (007: Viva e Deixe Morrer) (1973)

Sean Connery / George Lazenby:
- Diamonds Are Forever (007: Os Diamantes São Eternos) (1971)
- On Her Majesty's Secret Service (007: A serviço secreto de Sua Majestade) (1969) (Lazenby)
- You Only Live Twice (Com 007 Só Se Vive Duas Vezes) (1967)
- Thunderball (007 Contra a Chantagem Atômica) (1965)
- Goldfinger (007 Contra Goldfinger) (1964)
- From Russia with Love (Moscou Contra 007) (1963)
- Dr. No (007 Contra o Satânico Dr. No) (1962)


Trailer:

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